22 de set. de 2011

Zola Jesus - Ouça o novo álbum por stream


A cantora e compositora norte americana Nika Roza Danilova, mais conhecida como Zola Jesus liberou para ouvir na integra por streaming o seu novo disco no site do jornal britânico The Guardian. Este é seu terceiro álbum de estúdio, entitulado Conatus, antes disso ela havia lançado o The Spoils em 2009 e o ótimo Stridulum II. Zola também fez questão de comentar cada uma das músicas. 

Deixo aqui minha tradução livre dos comentários, pra quem quiser ler os comentários originais em inglês e ouvir o álbum, segue o link no final da postagem.

01. SwordsHouve um período na produção desse álbum em que imaginei que ele seria todo instrumental e eu estava produzindo músicas como essa obsessivamente. Foi tão emocionante explorar todas essas paisagens sonoras que parecia uma trilha sonora para todos os sonhos bizarros que eu vinha tendo.
02. AvalancheA música mais antiga dessa gravação, eu reformulei uma demo da época do Stridulum. Foi algo que veio com facilidade. A música trás a sensação de estar caminhando através de uma tempestade de neve, o vento entrando nos seus olhos e você tenta continuar caminhando para frente mas tem essa força invisível que te puxa para trás. É como tentar correr quando você está dormindo.
03. VesseiEsta canção foi escrita em menos de 30 minutos, e foi uma das últimas músicas que eu escrevi. É a mais viva para mim, como se finalmente eu fosse capaz de me comunicar nesse universo que é minha prisão
04. HikikomoriEscrito após uma completa exaustão emocional. A única coisa que me mantinha junto a essa altura era uma terrível alegria que eu sentia de estar sozinha. Essa foi uma maneira de dizer a mim mesma que não importava o quão frustrada eu estava, eu tinha essa perspectiva de felicidade, sabendo que pelo menos eu estava em minha casa, longe do resto do mundo que de outra forma eu seria obrigada a enfrentar.
05. IxodeEssa nasceu do impulso de criar uma música que poderia se expressar sem a necessidade de usar palavras... para criar uma paisagem com figuras que estão distantes, fora de foco... mas elas tem braços longos o suficiente para estender as mãos e agarrá-lo com seus pequenos dedos
06. SeekirEu sempre estive em busca de fazer a música pop perfeita, com que você possa dançar mas também se emocionar de forma visceral. A letra fala sobre a ansiedade que todos nós sentimos mas que temos muito medo de enfrentar no final das contas, como uma dor aguda no estômago quando sabemos que estamos fazendo algo errado mas fazemos de qualquer forma. E depois a plataforma de gelo chega e tenta nos acalmar, mas ela nos rompe...ou nós a rompemos?
07. In Your NaturePensei em um coro ao fazer minha caminhada diária de casa até a farmácia, a única tarefa que me trouce pra fora. Ouvindo várias demos durante a caminhada eu percebi, não importa o quanto eu tente mudar meus hábitos, ou crescer além da minha capacidade, há sempre esse senso inquebrável sobre minhas composições que eu nunca serei capaz de mudar. Não importa o que eu faça, isso nunca é o que eu quero fazer "se for da sua natureza, você nunca vai ganhar"
08. Lick the Palmer of the Burning HandshakeInicialmente essa canção era muito mais robusta com vários sintetizadores e pads, mas acabou evoluindo. Acabei despindo-a um pouco porque eu pensei que seria interessante ter uma música construída em um escala tão grandiosa, onde tudo é elevado a 11, mas sentia a necessidade de um poder imediato. Ela ainda soa grandiosa, mas agora acredito que sobre espaço para a música criar seu próprio ambiente sem se tornar sufocante.
09. ShiversEu ainda não sei o que estou dizendo no refrão. Eu amo esse ritmo, no entanto. Eu queria criar uma música com tempo rápido, que tivesse muito movimento. Nunca gostei de hi-hats (pratos da bateria que são fechados pelo pedal) até fazer essa batida.
10. SkinUma das primeiras músicas que escrevi para a gravação. No começo eu estava pronta para ir ao estúdio e fazer um grande disco pop otimista, mas rapidamente percebi que não era aquilo que estava em mim. A única coisa que saía era essa introspecção, algo que eu não controlava, mas eu evidentemente precisava trabalhar com isso. Com base nisso, eu deixei o álbum tomar sua própria forma, sem me forçar a criar qualquer coisa que eu não estava pronta para fazer. Escrever Skin foi o início dessa catarse de perceber o que eu precisava fazer para libertar-me de mim mesma
11. CollapseA música é muito na veia de Skin, é como jogar os braços pra cima, entregando-me a este registro, para as pessoas que vão ouví-lo. No final, eu não tenho controle sobre nada, não tenho nada. Tudo que eu tenho é o que o disco me permite e a loucura que me dá em troca.  "And I would be nothing without your fear, because I've got no war the day it grows thin, I've got no war the day you go away. It hurts to let you in." Bastante literal. Eu usei sintetizador e "orgão pump" nesta música para criar um híbrido de texturas orgânicas e sintéticas...flertando tanto com expressão do trance antiga quanto a moderna.

Ouça Conatus por stream

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